Praia de Belas tem atração teatral com entrada franca

junho 30, 2009

Com o objetivo de promover a cultura de forma gratuita o projeto Palco das Artes, do Praia de Belas Shopping, (Avenida Praia de Belas, 1181) tem apresentado diversas atrações desde o mês de março, com entrada franca. No último domingo, 28, a Hora de Brincar, que contou histórias sobre a cultura oriental, foi o nome da apresentação que contagiou a plateia infantil do local. Todos os domingos a partir da 17h, no primeiro andar do shopping, inicia uma atração diferenciada e aberta a um público de todas as idades.

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Um espetáculo novo e com interatividade

O Palco das Artes completa sete anos e devido à sua forte atratividade, a programação dominical foi ampliada, com a criação da Hora de Brincar. A programação, dirigida para crianças, começou em março deste ano.
A atriz Gislene Rodrigues, de 23 anos, trabalha há cinco anos na área teatral. Ela foi a contadora das histórias e idealizadora da peça. Caracterizada com roupa oriental e utilizando-se de acessórios para ilustrar a narração, ela interagiu com o público desde a abertura até o término da apresentação. No início as crianças pareciam desinteressadas, tímidas, mas logo em seguida já estavam envolvidas pela magia do teatro e interagindo de forma natural com a atriz, que quando fazia perguntas, recebia uma forte e calorosa resposta do público. Em diversos momentos a atriz desceu do palco para ficar mais próxima dos espectadores e as crianças chegavam a sair dos seus lugares para ir ao seu encontro e participar da brincadeira.
De acordo com Gislene a iniciativa do shopping “teve uma ótima receptividade”. E completa: “É uma oportunidade de acesso gratuito ao teatro e isso é muito importante para o fomento da cultura. As pessoas adoram. Tem uma menina que vem aqui assistir a peça há uns dois meses já”.

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A fiel espectadora

Eduarda Ceré, de 10 anos, é a menina citada por Gislene. Ela conta que todas as apresentações que ela assistiu foram muito interessantes e que se diverte bastante quando está lá. “É muito bom. Venho aqui sempre e todas as peças são muito legais”. E sua mãe confirma “acho que viemos aqui desde o começo do ano. Ela se diverte e eu também acabo entrando no clima”, confessa.

O projeto Palco das Artes

De acordo com a assessoria de imprensa do Praia de Belas, há muitos anos o shopping foca sua estratégia mercadológica no relacionamento com os clientes. A promoção de eventos é uma das ferramentas desta estratégia e por isso as ações sempre atendem aos anseios dos clientes, manifestados através de pesquisas de opinião.

Entre as ações permanentes está o Palco das Artes Praia de Belas, que acontece sempre às 18h, aos domingos e apresenta ao público importantes espetáculos de teatro e também de música e dança.
“A programação tem sido temática. Por exemplo, em julho todos os espetáculos terão a ver com Roberto Carlos, numa homenagem aos 50 anos dele. Em setembro, tem a ver com a data Farroupilha, com shows folclóricos gaúchos. Em outubro, espetáculos para crianças, e assim vai”, antecipa Priscila Barreto, assessora de Comunicação do Shopping.

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Confira a programação de Julho:

Hora de Brincar – 17h
5/7 – Bem-Vindo ao Sítio do Pica-Pau Amarelo
12/7 – Contos Lá da Africa
19/7 – As Mil e Uma Histórias
26/7 – Lendas e Mitos

Apresentações teatrais – 18h
19/7 – Rádio Esmeralda AM – teatro musical

E você também poderá conferir:

Shows – 18h
5/7 – Frank Jorge – musica
12/7 – Rafael Malenotti – musica
26/7 – Território da dança – dança

A sociedade marginalizada está no Teatro do Beco

junho 8, 2009

O Teatro do Beco, em sua segunda temporada, dá ênfase ao segmento marginalizado da sociedade. A desfragmentação da família, o abuso infantil, os miseráveis e os que são invisíveis para a população. A pintura corporal transformando os personagens em parte do cenário deflagra exatamente a problemática da exclusão. Trata-se do segmento que é visto como um peso para a sociedade, que costuma ser removido e não incorporado às relações.

In-concretus: Bodypainting. Ao fundo, palco e escada para a entrada.

In-concretus: Bodypainting. Ao fundo, palco e escada para a entrada.

A cena

Os artistas distribuem-se pelo local, nas escadas, no palco, no poledance, nos sofás. Os espectadores não sabem direito onde se posicionar para assistir o espetáculo, e quando percebem, estão no meio da cena. Logo algum artista encaminha as pessoas a olharem para algum lugar ou se locomover até outro. Algumas pessoas se sentiram desconfortáveis logo na entrada do Teatro: para chegar até o ambiente interno era necessário passar pelo palco. E mais, era preciso a ajuda dos artistas para conseguir descer a escadinha branca de metal do mesmo. O cenário já estava vivo, os personagens já estavam atuando em seus micro universos enquanto todos se acomodavam e iam conhecendo as figuras e espaços da peça. Cheiros, música, ruídos, luzes criavam a atmosfera para a apresentação da temática desconcertante.

Mimetismo humano

Mimetismo humano

O público

Segundo algumas pessoas que já haviam assistido a primeira temporada, o público aumentou e a cada reapresentação costuma crescer em função da divulgação e dos comentários da peça. Quem costuma frequentar as festa do Porão acha que ainda é pequeno o público do teatro em comparação com o da noite. Entretanto, não seria possível fazer a apresentação com a casa lotada em função da necessidade de espaço dos artistas. Além do mais, esse mesmo público frequentador normalmente se identifica com as peças, pois já faz parte da casa dar festas e promover eventos “diferentes”.

Ao término do espetáculo, artistas e espectadores estavam completamente misturados. A música começou a tocar e a festa imediatamente teve início. Para a maioria das pessoas presentes era a primeira vez que prestigiavam a atração da Beco Produtora e tiveram boas impressões do que assistiram. Confirmam, “É diferente!”. Manoela Ribeiro, estudante de Artes Visuais da UFRGS que estava cobrindo o evento, fotografando as cenas e os personagens também se surpreendeu. Segundo a estudante, o teatro era tão dinâmico que ficava difícil se concentrar em prestigiar e fotografar ao mesmo tempo, principalmente em função da pouca luminosidade do local e da dispersão dos artistas pela casa, o que exigia maior cuidado na hora de fazer os registros. Manoela, que é frequentadora do Porão, salientou que deveria voltar na próxima semana fazendo parte da plateia para apreciar, de fato, a peça.

In-concretus e Acessos: Porão continuam em cartaz nessa Sexta-feira, 12.

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Teatro do Beco informa: No dia 19 de junho, acontecerá a segunda festa do Teatro do Beco, com a Bandinha Dí Dá Dó, performances circenses, exposição de fotos de Fernanda Chemale, Heinz Limaverde, Performance de Luciano fernandes e Jaque Bueiro (personagem de Jeffie Lopes). No som Schultz, Machuca, Balkan Beats – Lili e Estevan, Bande à Part. Além dessas atrações, Marcos Breda e Déborah Finnochiaro apresentam a leitura dramática “O Homem e a Mancha”, em única apresentação.
A casa abre às 21h. O espetáculo inicia às 22h. O valor é R$12 (até 23h) e R$15 (após 23h).

Porão do Beco chama! “Ponha mais teatro no seu cardápio.”

Porão do Beco abre suas portas para o teatro

junho 3, 2009

Desde abril, o Porão do Beco transforma-se num ambiente para a cena teatral, todas as sextas-feiras. Nada convencional, a produção da Ambrosia Cultural e Beco 203 produtora oferece agora uma nova atração: o Teatro do Beco . A casa noturna conhecida pelas festas embaladas pelo rock’n roll, na avenida Independência, 936, traz um projeto inovador que representa a busca de novas linguagens para seu público.

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Todas as sextas-feiras, a casa abre às 20 horas, entretanto, o espetáculo inicia às 21 horas. A entrada custa 12 reais. Para estudantes, classe artística e maiores de 60 anos, o ingresso baixa para 10 reais. E a produtora informa uma novidade: para estudantes e professores da UFRGS, apenas 5 reais. Quem assiste a peça pode ficar para a festa na seqüência. Informações sobre o tema da festa na agenda do Beco 203.

Teatro do Beco na segunda temporada

Depois da primeira temporada, iniciada em abril, o teatro do beco estreiou a nova rodada de apresentações no dia 22 de maio, que ficará em cartaz por todas as sextas-feiras até o dia 12 de junho. São duas atrações inéditas. A intervenção arquitetônica e cênica Acessos: Porão, um projeto do MEME – Grupo de Pesquisa do Movimento e dirigido por Paulo Guimarães, e a performance de body painting In – Concretus do artista plástico maranhense Rauricio Barbosa.

Foto de divulgação

Foto de divulgação

O que você poderá conferir

In – Concretus
O bodypainting consiste na pintura mimética do corpo do performer,. Os corpos se confudem no cenário, que vai tomando vida com as pinturas e os movimentos.

Acessos: Porão
Oficina-montagem desenvolvida especialmente para essa temporada, contando com 19 interventores, entre eles bailarinos, músicos e artistas plásticos que se espalham pelo local e transformam todo o espaço em palco. O público e o elenco interagem, transformando cada apresentação em algo inédito e surpreendente.

Elenco: Samanta Sironi, Patrícia Soso, Adriane Donato, Ângela Coelho, Fernanda Stein, Sônia Guasque, Manuela Raupp, Pascal Berten, Walkiria Araújo, Renata Nascimento, Carol Martins, Letícia Coelho, Mariana Konrad, Mariana Ferreira, Adriane Vieira, Mauro (Didadó), Lara Sosa, Miguel Sisto Jr. e Fefê Marques.

Resgatando a primeira temporada

O projeto foi lançado no dia 24 de abril e já teve sucesso de público em sua festa de lançamento. Com intervenções cências, malabares, música e a pré-estréia de “Agora eu era, corte 1”, a noite teve boa repercussão nas comunidades do Orkut, e no site do Beco 203.

“Agora eu era: corte 1” é produção do Grupo Vai! Cia de Teatro e tem inspiração nos métodos de Augusto Boal, dirigido por João Pedro Madureira. A peça estreiou no dia 1 de maio e permaneceu em cartaz até o dia 15 do mesmo mês. Respresentava o clima que está por trás da encenação. Aos poucos a peça revelava intolerâncias e preconceitos de forma inusitada.

A novidade tem chamado atenção de muitos jovens que frequentam o local. Fica aqui a dica…


Vale a pena conferir!!!

Palhaço Pipoca comemora 20 anos com apresentação na Usina

maio 20, 2009
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Foto de divulgação

A Cia A Hora do Anjo apresenta, desde o início do mês de abril, uma temporada preparatória para os 20 anos de vida do protagonista da peça “Histórias do Palhaço Pipoca”. A apresentação que encerra esta temporada será realizada no próximo domingo, 24, dia em que Pipoca comemora seu aniversário. O espetáculo terá início às 16h, no Centro Cultural Usina do Gasômetro (Av. Pres. João Goulart, 551, Sala 502) e o valor do ingresso é de R$ 6,00. A atividade faz parte da programação do projeto Usina das Artes, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Cultura.

Um teatro de bonecos interativo para crianças

Composto por um roteiro com três narrativas: O Gato, A Flor em Perigo, O Varredor e O Balão, apresentados pelo Palhaço Pipoca, o espetáculo propõe a participação integral da platéia. Além disso, de uma forma lúdica, tenta transportá-la para o plano existencial dos bonecos, para que juntos possam analisar e solucionar determinada situação.

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Foto de divulgação

A peça fala diretamente à criança, com respeito e amor. Os personagens mantêm seus corações puros diante das situações que se deparam e aos poucos vão descobrindo o mundo de hoje, com seus pensamentos e deduções. O público é que dá vida aos bonecos do tradicional teatro de fantoches, sugerindo suas ações. A afinidade é tamanha que todos sentem necessidade de se comunicar com os personagens. Durante essa troca entre espectador e boneco, o manipulador permanece atento às questões levantadas e quase sempre elas são pertinentes à história contada.

Como surgiu o espetáculo “Histórias do Palhaço Pipoca”?

Em 24 de maio de 1989, as Histórias do Palhaço Pipoca foram apresentadas pela primeira vez na cidade de Vacaria. Foi nessa data que o criador e diretor da montagem da peça Celso Veluza e Silvia Ramos dariam vida ao espetáculo. Já se contabilizam mais de 300 apresentações, ocorridas no Uruguai, Paraná, Santa Catarina, dezenas de municípios gaúchos, inclusive os mais longínquos, e literalmente por toda Porto Alegre, em locais como o parque da Redenção e bairros como Restinga e Sarandi.

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Celso manipulando o Palhaço Pipoca

Hoje, a expectativa da Cia A Hora do Anjo é de que diversas gerações ainda sejam seduzidas pela magia do Palhaço Pipoca, que encanta e diverte os pequenos, recuperando a fantasia inocente, por vezes esquecida em meio à correria do mundo moderno.

Segundo Celso, “foi necessário uma longa pesquisa sobre o teatro de forma animada para tornar efetiva a peça”. E acrescenta que “a tradição dos teatros de bonecos deve ser resgatada e mantida”.

Para a maioridade do Palhaço Pipoca (aos 21 anos) o criador do espetáculo já adianta que virá um novo projeto. “O enredo será igual, mas faremos novos bonecos, usaremos de outros artefícios. Vamos dar uma cara nova ao Pipoca. Vai ser um igual, diferente”, antecipa.

Ficha Técnica:

Criação, direção e manipulação: Celso Veluza
Manipulação: Paulo Rodriguez
Bonecos: Silvia Ramos
Fotos: Pablo Veluza
Produção: Cia A Hora do Anjo
Recomendado para crianças de 3 a 7 anos e seus acompanhantes

Usina das Artes agora é lei

maio 14, 2009

Foi sancionada na manhã de ontem, 13, no Salão Nobre da prefeitura, pelo prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, a lei que institucionaliza o projeto Usina das Artes. Agora a Usina do Gasômetro terá um espaço fixo para apresentações artísticas e a atividade passa a ser regular como política cultural do município. Além do prefeito, assinou o documento o secretário municipal da Cultura, Sérgius Gonzaga.

Leia o texto oficial da lei

Foto: Cristine Rocfhol/PMPA

Foto: Cristine Rocfhol/PMPA

Segundo Fogaça, a ocupação democrática e legítima do espaço foi conquistada ao longo dos anos pela energia e vitalidade dos artistas e grupos que utilizam o espaço. Ele acrescenta, ainda, que “a Usina é um território cultural e, por isso, um espaço de liberdade”.

A atriz Fernanda Carvalho Leite, representante dos artistas que integram o projeto, ressalta a importância da parceria entre o poder público e a classe artística. “A iniciativa já faz parte da história da cidade. Essa conquista representa a força do coletivo e serve de exemplo a ser seguido por todo país”, destaca.

Durante a solenidade, enquanto aconteciam os pronunciamentos, bailarinos apresentaram performances de dança.

Foto: Cristine Rocfhol/PMPA

Foto: Cristine Rocfhol/PMPA

Participam do projeto os grupos: Ói Nóis Aqui Traveiz, Falos & Stercus, Terpsi, Depósito de Teatro, Grupo dos Cinco, Teatro Íntimo, Funkíssima, Serrote Preto, Grupo Gaia, Firuliche, Enganadores da Morte, Gente Falante, Teatrofídico, Santa Estação, Grupo Tato, Eduardo Severino Cia de Dança, Neelic, Seele Tanz, A Hora do Anjo, Eliza Pierim, Tradisons, Silvia Canarim, Sarcáustico e outras 40 companhias convidadas. O projeto é coordenado pela direção da Usina, ligada à Secretaria Municipal de Cultura.

Oigalê entra em cena no Brique da Redenção

abril 29, 2009

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Manhã atípica de domingo, 26, no Parque da Redenção.

O Primeiro Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre, depois de invadir o centro e os bairros, ali ia se instalando.
Os artistas se preparavam frente ao público e criavam seu cenário. Pernas de pau, escadas, gaita, maquiagens e roupas extravagantes.
Chamavam o público para o espetáculo. “Não mordemos! Chega Mais! Pode sentar aqui pertinho! Senta aqui no chão que hoje é domingo e dá pra lavar a roupa! Quem não sentar agora vai perder lugar na primeira fila! É de graça!”

Às 10 horas da manhã, o Grupo de Teatro porto alegrense Oigalê entrava em cena apresentando uma peça irreverente. A separação do palco com o público era feita com um simples traçado, feito de erva mate, no chão arenoso do parque. Uma livre adaptação do livro “Dom Segundo Sombra”, considerado um dos maiores clássicos da literatura Argentina e latino-americana, escrito por Ricardo Guiraldes e lançado em 1926. A adaptação chama-se “Deus e o Diabo na Terra de Miséria”, de 1999, com duração de 50 min, apresentada por Giancarlo Carlomagno, Hamilton Leite, Ilson Fonseca, Janaina Melo e Vera Parenza.

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Sinopse da peça

“Uma farsa gaudéria resultado da pesquisa da Oigalê sobre o universo da cultura “gaúcha”. Resgata a figura do contador de causos através do teatro derua, buscando referências na literatura de Simões Lopes Neto e na literatura oral de causos. Utiliza a técnica da perna de pau e a execução da trilha sonora pelos próprios atores. Certo dia Miséria, um gaúcho dono de uma ferraria, recebe a visita de Nosso Senhor e São pedro. Pelos serviços prestados é agraciado com três pedidos. Não acreditando nas graças concedidas, vende sua alma ao Diabo em troca de boa vida. Após muitos anos de fartura, resolve descansar. Só que por desdenhar de São pedro e enganar os diabos, acaba não entrando nem no ceú e nem no inferno. Desde então, se diz que a miséria ficou vagando pelo mundo. ” – sinopse distribuída pelo grupo após a apresentação.

A platéia

Quase uma hora de teatro. As pessoas não pareciam se importar em ficar de pé ou sentados no chão. Os olhos atentos acompanhavam os movimentos dos artistas, que se infiltravam no público, sumiam por de trás dos espectadores e logo retomavam a posição central no “palco”.

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Em entrevista concedida ao blog ThingsMag, Amir Haddad, palestrante do Festival, afirma que o 1° Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre é um registro artístico pertinente no que diz respeito ao questionamento crítico feito sobre a interpretação do teatro de rua e suas relações com a sociedade real. “Sob a graça delicada e as convenções do teatro contemporâneo há uma descrição quase etnográfica da vida social da cidade. A complexa produção cênica do teatro de rua é também a representação ficcional da memória coletiva de um povo”, diz.

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O teatro de rua

Uma das artistas do grupo Oigalê, Vera Parenza, revela que o festival é uma retomada à Idade Média na Europa, onde o teatro já era encenado nas ruas, mesmo que fosse considerado profano e proibido. Segundo ela, a idéia de levar o teatro para rua é um ato significativo, uma vez que o surgimento do teatro deu-se de forma semelhante. “A origem do teatro é na rua. No século XV a.C, as apresentações teatrais eram em forma de manifestações religiosas. O primeiro exemplo disso foram as encenações ao Deus do vinho, Dionísio, e eram representadas ao ar livre”, resgata Vera.

Assista um pouco do Oigalê aqui

Veja mais fotos no Flickr do Cportoalegrando

1º Festival de Teatro de Rua começa hoje

abril 23, 2009

O 1º Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre inicia hoje, 23, no Centro da cidade. Após dias de atividades de formação, ministradas pela Coordenação de Artes Cênicas, da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), a partir das 16h30 de hoje, ao longo da Rua dos Andradas, cinco peças serão encenadas simultaneamente por diferentes grupos de teatro. Uma parceria estabelecida entre a prefeitura da Capital e o grupo teatral Falos & Stercus, com patrocínio da Caixa Econômica Federal possibilitou a realização do evento.

Depois da série de apresentações, todos os participantes se juntarão ao cortejo Abre-Alas, resultado de uma oficina realizada pelo grupo Lume, de São Paulo, ao longo da semana. O trajeto, que percorrerá a Rua dos Andradas, será finalizado com a apresentação de estréia do Circus Negro, um espetáculo de rua em trânsito, com o ÁQUIS (núcleo de estudo sobre os processos de criação artística de Florianópolis – SC).

Confira a programação do 1º Festival de Rua

Quinta-feira – 23 de abril

16h30O Amargo Santo da Purificação (Tribo dos Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz), na Praça da Alfândega;

17hMithologias do Clã (Falos & Stercus), na Esquina Democrática;

Miséria – Servidor dos Estancieiros (Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais), na esquina com a rua Uruguai;

A Mulher que Comeu o Mundo (Usina do Trabalho do Ator – UTA), em frente ao Centro Cultural Erico Veríssimo;

O Mundo Tá Virado (Grupo Imbuaça – Aracaju- SE), em frente ao shopping Rua da Praia

Agora a Usina é das Artes

abril 16, 2009

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A entrevista com o diretor teatral e coordenador do projeto Usina das Artes, Caco Coelho, apresenta a lógica do trabalho cultural lá desenvolvido e o universo que engloba esse projeto, que pode ser considerado um dos pioneiros no Brasil.

Por que a usina?

Caco: “A Usina do Gasômetro era uma espécie de elefante branco da cidade. O porto-alegrense busca sua identidade. Assim, o prédio antes sem vida, agora, proporciona um ambiente para essa busca”.
O “espaço morto”, localizado na área central da capital, torna-se um símbolo para a cidade e fomenta a busca pela identificação entre as tribos. Várias empresas e patrocinadores colaboraram com o projeto por apostar na idéia. O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, é um dos grandes incentivadores.

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Como funciona a Usina das Artes?

Caco: “A ideia é a de uma arte continuada que desenvolva uma linguagem de comunicação e de identidade”.
Para isso, segundo o edital * do Processo Seletivo 04//2008 – 1.049659.08.1 para ocupação de espaços na Usina do Gasômetro, poderão participar do projeto Usina das Artes os grupos que tenham realizado suas atividades de natureza artístico-cultural, em Porto Alegre, de forma ininterrupta, nos três últimos anos, comprovadas mediante apresentação de folderes de divulgação, programas de peças, reportagens de jornais, etc. Cada grupo inscrito deverá apresentar um plano de trabalho, nomear um representante e deverá apresentar um número mínimo de 40 atividades durante o ano.

*Cedido pela diretoria da Usina das Artes. Exemplar do ultimo processo seletivo, não disponível eletronicamente pela Usina. Para maiores informações sobre o próximo processo, falar diretamente com a diretoria pelo fone 32898102, ou diretamente no local.

Caco salientou a movimentação crescente de público na usina em função da, também crescente, produção artística e interesse dos grupos que ali se instalam encontrando ambiente propício para se desenvolver. Desde 2005, quando a Usina das Artes foi lançada, mais de sete mil atividades abertas ao público já foram realizadas. E, por ano, estima-se a circulação de 1 milhão de espectadores.

Cultura e Arte

Caco: “Cultura e Arte são coisas diferentes”.
A cultura é o todo. São os alimentos, os hábitos, o trânsito e tudo o que faz o homem interagir. A Arte, sendo percebida, passa a ser um elemento cultural, pois é capaz de comunicar algo, tem a função de ampliar as fronteiras da sociedade. Desta forma, cria-se um conceito de humanidade. É necessário que o “eu” crie um conceito, entretanto, mais importante será a identificação do outro com tal para que este conceito exista de fato. Trata-se do homem reconhecendo o homem.

O Uno X O Alheio

Caco: “Antes do ser “eu” existe o ser “tu” ”.
A Grécia da antiguidade ajudou a configurar o pensamento e o modo de vida ocidental. Atenienses vencem os persas e o embate é representado posteriormente nos palcos pelos vitoriosos, incorporando a posição dos derrotados. Ésquilo nasce numa família nobre ateniense e luta contra os persas. Segundo Aristóteles, é o criador da tragédia grega. Nasce o teatro com a percepção da dor do outro. Esta foi a primeira peça escrita que chega ao conhecimento humano. O conceito de humanidade se apoia, então, na percepção do homem pelo homem no memento em que se importa com o próximo.

A procura da identidade

Caco: “O princípio da arte e do ser humano é o encontro e a identificação com o outro”.
Vivemos em uma época em que a falta de modelos culturais próprios e a não identificação com os propostos ou importados causam um vazio na identidade das pessoas. Países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, por exemplo, acabam incorporando culturas externas, muitas vezes impostas pelo ritmo da globalização, que não condizem com sua realidade histórico- cultural. Isso causa o sentimento de não pertencimento à determinada tribo. Podemos assim citar o Norte-americanismo, que além de invadir o padrão ocidental, atualmente tem atingido diretamente o modo de vida oriental. A cultura de massa e o american way of life, apesar de incorporados, nem sempre saciam a carência da identidade pessoal. Adota-se um modelo como único, entretanto há impossibilidade de identificá-lo em si.


O diretor, a Usina e as artes ganham espaço entre os meios de comunicação. Em parceria com o jornal Correio do Povo, a agenda das atividades, e as “Crônicas da Cena”, semanalmente escritas por Caco, são veiculadas na sessão Arte & Agenda. Vale a pena conferir.

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Plus! Música!
Em homenagem às atividades da usina, a banda Perturbadores, de Porto Alegre, compôs um música que contempla as artes e movimentos do espaço. João Coimbra, estudante de Jornalismo da UFRGS, guitarrista e vocalista da banda, além de integrante da assessoria de imprensa da Usina das Artes, indicou o link para quem se interessar: Perturbadores no Trama Virtual

Parada de Teatro e Projeto Usina da Arte

abril 1, 2009

Primeira parada de Teatro do Rio Grande do Sul

Para marcar a passagem do dia internacional do teatro, comemorado em 27 de março, teatreiros de diversos lugares da Capital reuniram-se para participar da 1ª Parada de Teatro o Rio Grande do Sul no domingo, 29. Desde a partida, no Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa, até a chegada do percurso, no Monumento ao Expedicionário, localizado no Parque da Redenção, a festa permaneceu animada. Uma parceria com a bateria da escola de samba Bambas da Orgia agitou ainda mais o evento.

Os artistas, cobertos de adereços e alegorias que representavam, de alguma forma, o grupo ao qual pertencem, aproveitaram a oportunidade para divulgar a campanha “Ponha mais teatro no seu cardápio”, uma proposta que pretende aumentar o público dos teatros e o prestigio às artes cênicas.

Lucila Clemente, estudante de Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e integrante do grupo teatral Caixa Preta, revela que a parada foi uma maneira importante de expor o trabalho da classe. “O teatro existe, e nós artistas estamos aqui, unidos e prontos para mostrar nosso trabalho”.

Aqui você pode conferir algumas fotos da movimentação

Fotos por Ferraz de Souza

Galeria de Under Vianna

Farra de teatro por Kiran

e alguns vídeos

Os reflexos dessa parada ainda estão por vir. Durante as próximas semanas entraremos em contato com o pessoal que participou diretamente da manifestação. Afinal, são artistas, com capacidade de enxergar o mundo com outros olhos e de lançar novas propostas. Temos o objetivo de compreender o significado de uma “farra teatral” em sua essência.

Começamos a entender um pouco sobre essa “essência” no momento em que nos conectamos a uma comunidade virtual de Teatro em Porto Alegre.  O primeiro tópico de discussão relacionava-se à aprovação do Projeto Usina das Artes. Às 14 horas do dia 1 de abril de 2009, iniciaria a votação na Câmara dos Vereadores.

Há quatro anos o espaço da Usina do Gasômetro era cedido a grupos, entretanto nada oficializado.  Hoje os artistas formaram a platéia, e com o plenário lotado, 34 vereadores responderam um caloroso “sim” à aprovação do projeto, oficializando com unanimidade o local como uma reserva destinada à cultura de Porto Alegre. Os discursos salientavam ainda que além da Usina, outras construções públicas da cidade, muitas delas abandonadas, deveriam ser reativadas como pólos de desenvolvimento deste tipo de atividade artística e educacional. A vereadora Fernanda Melchionna e Silva instigou ainda uma mobilização da platéia para um novo projeto: “Salve o Araújo Viana”, alertando sobre a privatização do mesmo.

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Às 17 horas, após encerramento da votação, muitos aplausos foram ouvidos. Um grupo de senhoras segurava uma faixa “Amigos da Arte com você na festa”. São participantes do Grupo Vocal Amigos da Arte, e se empenham em trabalhar com teatro, música e dança na terceira idade. Cheias de vigor, convidaram para sua confraternização de todas segundas-feiras. Dia 6 de abril de 2009, às 14 horas, na sala 400 da Usina das Artes do gasômetro, haverá um espaço de poesia e de contos. É o chamado “Encontro dos amigos”.

A tarde de hoje encerrou com um bate-papo com o Diretor da Usina do Gasômetro, Caco Coelho. Não quis responder pontualmente à nossa entrevista. Falou que o mais importante não seriam suas respostas, mas que entendêssemos o sentido e o conceito da arte que ali estava sendo proposto. Acrescentou que por estarmos dentro da academia de comunicação, esse projeto deveria servir não como objeto pontual de estudo, mas como algo a ser utilizado como parâmetro e uma idéia a ser disseminada, e transmitida às pessoas.

No próximo post, uma entrevista com Caco Coelho e a atmosfera que envolve o dia-a-dia da usina.

chegou a vez do C portoalegrar

março 19, 2009

Uma  busca da cultura que vai além dos limites do Theatro São Pedro, da Casa de Cultura Mario Quintana, do Centro Municipal de Cultura e de tudo aquilo que é facilmente detectado pela agenda.

Queremos encontrar o cenário independente, integrando e, assim, portoalegrando um público que também queira ultrapassar o A e o B.

Bruna Valentini, Camila Rosa e Kelly Costa.

Estudantes de Jornalismo da PUCRS.